O mundo corporativo, nos últimos anos, devido sobretudo à aceleração tecnológica, tem vindo a preparar as suas pessoas para a necessidade de adaptação rápida exigida pelo Mundo VUCA.
Na minha opinião, é interessante verificar a forma como o mundo corporativo e as pessoas se estão a adaptar rapidamente, num curto período de tempo, abdicando voluntariamente de pressupostos que davam como adquiridos e inalteráveis assim como padrões mentais pré-estabelecidos!
Considerando que neste momento, vivemos uma das maiores transformações de que nos lembramos, coloca-se a questão:
-Que novo mundo se aproxima quando voltarmos à normalidade e o que vamos fazer de diferente?
Comecemos pela normalidade, acredito que depois desta experiência intensa que estamos a vivenciar, será uma normalidade diferente para Todos, porque nos estamos também a transformar e assim sendo, nenhum de nós voltará igual ao mundo corporativo.
Apesar do Mundo VUCA colocar o seu foco no Valor, na Autonomia e na Cooperação das Pessoas e, sendo este um objetivo de todos no ambiente corporativo, na prática muitos padrões pré-existentes, quer ao nível de modelos de pensamento quer de modelos de gestão atuavam, inconscientemente, no sentido contrário! Como?
- reuniões excessivas com maior foco nos processos e procedimentos em vez de foco na otimização de resultados;
- necessidade de estar fisicamente no local de trabalho, com base em modelos de controlo, em que presença física é indicador de produtividade;
- excesso de utilização do correio eletrónico em substituição de uma comunicação direta que possibilita a criação de laços;
- pouco conhecimento sobre a essência das pessoas para além do seu papel e atividade profissional;
- falta de tempo e/ou foco para conversas, sobre o bem-estar e equilíbrio emocional, quer ao nível individual quer de equipa;
- feedbacks mais centrados na tarefa e pouco enfâse no reconhecimento e valorização do contributivo individual para o todo.
Considerando as partilhas que me vão chegando de quem está em teletrabalho e do que todos observamos, considero que temos parte da resposta à pergunta colocada!
Claro que existem exceções, porque as adaptações ocorrem em ritmos e intensidades diferentes, no entanto é observável que já estamos todos a fazer diferente:
- a autonomia real com base na responsabilização é uma realidade, agora nem vamos à empresa;
- as pessoas estão focadas nos resultados e partilham que sentem maior concentração obtendo maior produtividade em casa;
- utilizam plataformas digitais de comunicação e colaboração e interagem mais em verdadeira equipa;
- existem mais momentos de comunicação, momentos sociais e de descontração intra e inter-equipas;
- as pessoas estão a conhecer-se como pessoas, partilham mais sobre si e estão a estreitar laços;
- as lideranças incrementaram o seu foco no bem estar e equilíbrio emocional dos seus colaboradores;
- e todos verificamos o incremento de ações de reconhecimento e de valorização do papel e do contributo dos colaboradores.
Com base nestas transformações, podemos concluir que no novo mundo vai mesmo imperar uma nova normalidade como que um novo ciclo! Lamentamos todos é que o motor para esta transformação seja um Vírus, mas como a sabedoria popular diz “Há males que vêm por bem!!!”
Voltando à nossa questão, este novo mundo vai exigir sobretudo às Lideranças, onde tudo começa e acaba, também uma reinvenção ao nível do seu Propósito, maior que a posição que ocupam e maior que eles próprios, e que façam a verdadeira diferença!
Se está num papel de Liderança ou se se prepara para essa transição, sei que está a refletir nos desafios decorrentes desta nova normalidade desconhecida, e como tal com muitas dúvidas, certamente está a pensar como se preparar e como se reposicionar como Líder para este futuro reinventado que se aproxima.
Como Coach, permita-me partilhar e também desafiar, a Liderança é um Processo e o Coaching é uma ferramenta de desenvolvimento, nesse processo, que o pode apoiar a concretizar as mudanças que quer e que vai necessitar neste novo mundo. Procurar e ter um Coach ao seu lado, para o assistir nesta transição, é uma estratégia para o ajudar a mover-se de forma ágil e segura.
“Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre.” (Charles Chaplin)